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"Jornal BIOQUIMICAp: NOSSO CIENTISTA - Oswaldo Gonçalves de Lima"

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27 de setembro de 2012

NOSSO CIENTISTA - Oswaldo Gonçalves de Lima


Vemos o mundo hoje em dia e observamos as pessoas que não se cansam de aplaudir atrizes, bandas e  cantores. Ao pensar um pouco, me vem uma simples pergunta que se faz necessária: Quantas vezes vemos pessoas aplaudindo cientistas? Quantas vezes nós mesmos aplaudimos de pé, pessoas que procuraram ajudar o mundo em si a ser um lugar melhor?
Apesar de tudo isso, reclamar não é a questão, enquanto que aclamar talvez se encaixe melhor. E indo direto ao ponto, ninguém melhor do que um  grande pernambucano. Desconhecido por muitos, conhecido por poucos e contudo, louvado por raros que reconhecem nesse ser humano seu devido valor. Trata-se de Oswaldo Gonçalves de Lima.
Sim, não dá para falar de melhoria no nordeste sem que ele passe despercebido. E é até complicado classificar onde ele mais se destacou. Esse cara foi professor, coordenador, cientista e já nasceu químico. Nasceu no dia 7 de novembro de 1908 e partiu no dia 21 de setembro de 1989, em que há 4 anos já fora diagnosticado com mal de Parkinson e Alzheimer.

Oswaldo Gonçalves de Lima em seu laboratório

Depois de sua morte, o até então “Departamento de antibióticos”, que se localiza dentro do campus da UFPE, teve um incremento em seu nome. Foi no dia de sua morte que passou a se chamar “Instituto Oswaldo Gonçalves de lima” em última homenagem ao emérito e magnânimo fundador desse departamento.  Segundo a doutora Janete Magali de Araújo, a atual diretora do instituto, “Foi ele  que trouxe em 1969 a biotecnologia para o nordeste, onde era desconhecida até a palavra. Com um acordo firmado com o governador Miguel Arraes, esse sonho pôde se tornar realidade.” Segundo a professora, Oswaldo era um cara de pegar e fazer, não tinha essa de deixar pra depois. Comandava e organizava tudo, integrando farmacologia, química e microbiologia de uma maneira que somente ele  poderia fazer, completa a professora. Sabe-se que em seu período de atuação, essas três áreas funcionavam da seguinte maneira: A farmacologia servia para o desenvolvimento de fármacos e remédios no sentido de testá-los e achar meios hábeis para sua publicação no meio científico. A química funcionava para aperfeiçoar as substâncias e sintetizá-las da melhor maneira possível, e a microbiologia servia para o isolamento de organismos, estudos e descobrimentos de novas formas de antibióticos. Tudo se encaixava como as engrenagens de um relógio.
No seu tempo de vida, desenvolveu vários projetos e até publicou alguns famosos. Com uma amostra do solo de Alagoas, o professor Oswaldo descobriu uma cultura de bactérias e sintetizou a “Actnomicina D”, comercializado pelo nome de Bioact-D que é antineoplásico servindo para destruir células malignas e possíveis tumores. Dentre outros remédios desenvolvidos por ele estão o Lapachol, “Tabebuia avellanedae” que vem do Ipê roxo e também é antineoplásico (principalmente para o aparelho digestivo), e o Imunoparvum, que vem da “Corynebacterim parvum” servindo para potencializar o sistema imunológico, todos vendidos pela LAFEPE.
Estrutura do Lapachol

Para os estudantes, professores, doutores, faxineiros e até bolsistas que com ele estiveram, afirmam que para Lima não existia sábado, domingo nem feriado. E que o mesmo com firmeza ainda dizia: “E nem pensem em faltar dia 7 de setembro!”, relembra a diretora.
Por fim, a doutora Magali ainda conta que desde o dia em que o conheceu, em 1965 quando conseguiu uma bolsa para estudar com ele, nunca abandonou o instituto. E desde aquele dia, e até hoje (com uma idade que fui proibido de contar e que nem acreditei por tamanha desenvoltura) não tem a intenção de abandonar o lugar. Quer continuar para sempre com esse sonho, mesmo sem poder estar diretamente relacionada ao departamento por questões judiciais.  Diz por último, que o seu objetivo de vida é semelhante ao do professor Oswaldo Lima: Melhorar a qualidade de vida das pessoas. Como? Buscando e aperfeiçoando novos antibióticos e medicamentos probióticos, que são naturais, simples e eficientes. Assim, procurando quebrar as barreiras para que estes se tornem difundidos por todo o mundo de forma barata e acessível.


Por Pedro Filipe M. Gomes


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